Em "O Liberal":
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No AMAZÔNIA JORNAL: A Casa do Estudante de Abaetetuba, na avenida Governador José Malcher, está com os dias contados. Até o dia 30 de junho, as 32 estudantes do município que fazem curso superior ou técnico na capital paraense devem deixar a cidade. O motivo é que a Prefeitura Municipal de Abaetetuba não vai mais bancar os R$ 3 mil mensais do aluguel do imóvel. O problema é que a maioria das mulheres que depende do atendimento no local não possui renda fixa e nem parentes em Belém, o que pode impedí-las de tirar o diploma.São mais de 19 anos de existência na capital paraense e nunca as estudantes de Abaetetuba haviam passado por uma situação parecida. O curioso é que isso aconteceu justamente quando uma mulher assumiu a prefeitura do município. De acordo com a presidente da casa, Léa Dias, essa foi a prova de que a população de Abaetetuba não pode contar com sua atual gestora, a prefeita Francineti Carvalho (PSDB). 'Estamos desorientadas. Ela disse que não somos prioridade no seu governo, sendo que quase todas nós votamos nela. É uma decepção', disse.Léa Dias lembra ainda que ano passado foi aprovado um orçamento de R$ 90 mil para a Casa do Estudante de Abaetetuba feminina e que, como utilizam apenas R$ 3 mil dessa verba ao mês, muito dinheiro ainda vai sobrar, mas não foi divulgado qual será o destino dele. 'Não gastamos nem a metade disso e agora não sabemos o que fazer de nossas vidas. Muitas meninas estão fazendo o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) ou estagiando. Não é justo que elas percam a oportunidade de se formar', informou.Para piorar, de acordo com a presidente da casa, os eletrodomésticos, como geladeiras, armários e camas, não têm como ser retirados de lá até o dia 30 de junho, quando devem desocupar o local para o novo proprietário. Ela explica que nenhuma das meninas têm dinheiro suficiente para transportá-los para a casa de um amigo em Belém e, muito menos, levá-los para Abaetetuba.Enquanto o dia 30 não chega, Léa Dias tenta fazer aliança com vereadores para que a situação seja revertida a tempo. Caso contrário, segundo ela, 32 mulheres vão ter o sonho da conclusão do ensino superior roubado.Prefeitura - De acordo com o vice-prefeito de Abaetetuba, Ronald Sobrinho, a Prefeitura já recebeu a notícia de que a mulheres da casa do estudante entraram com uma ação no Ministério Público por causa da desocupação do local. Ele informou que não daria maiores detalhes sobre o caso por telefone, mas se colocou à disposição para conversar no município. Ronald Sobrinho disse ainda que possui toda a documentação que justifica o posicionamento da Prefeitura Municipal de Abaetetuba no caso.