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Rosto típico paraense, traços caboclos e cabelo liso. Ecleidira Maria Fonseca Paes nasceu em Abaetetuba para conquistar o Brasil inteiro com um artifício que sabe muito bem fazer: a sétima arte. Seja na interpretação, direção e até mesmo na idealização de festivais, Dira atualmente é paixão nacional por seus papéis marcantes na TV e pelo brilhantismo no seu jeito de fazer cinema. E o melhor, sem se esquecer da sua terra natal. Depois que ela entrou em cena, o Pará ganhou um papel muito mais importante e deixou de ser coadjuvante no mundo dos audiovisuais.
Atriz de teatro, TV e cinema. Neste último, tem uma ampla participação, mas curiosamente estreou em uma produção norte-americana, A Floresta de Esmeraldas (1985), de John Boorman. De lá para cá foram mais de 25 filmes, com destaque para “Ele, o Boto”, de Walter Lima Jr, motivo pelo qual ganhou o prêmio de melhor atriz coadjuvante no Festival de Natal em 1986, “Corisco e Dadá”, de Rosemberg Cariry, que a fez colecionar prêmios de melhor atriz nos Festivais de Brasília, Cuiabá e Florianópolis em 1997, “Anahy de las Missiones”, de Sérgio Silva, que a fez levar pra casa prêmios de melhor atriz coadjuvante no Festival de Brasília e da Associação Paulista de Críticos de Arte também em 1997, assim como tantos outros.
Entre seus trabalhos no Teatro estão “Capitães da Areia”, do diretor Roberto Bomtempo, “O Capataz de Salema”, de Sérgio Mamberti, “O Avarento”, de Amir Haddad e “Meu Destino é Pecar”, dirigido por Gilberto Gawronski. Na TV, Dira Paes já participou de papéis importantes em diversas novelas, seriados e minisséries. Ainda por cima é idealizadora e diretora-executiva, juntamente com o produtor Emanuel Freitas, do Festival de Belém do Cinema Brasileiro, realizado desde 2004 na capital paraense, durante o mês de junho.
Com trabalhos em 28 produções no cinema, recebeu em agosto do ano passado uma homenagem do Festival de Gramado (RS) pelo "conjunto da obra" - uma placa no cinema Embaixador, na cidade gaúcha. “Dira é uma atriz-militante do cinema brasileiro. Seu engajamento em cada filme que participa, demonstra um compromisso que vai além de um trabalho profissional bem feito. Não é por acaso que é uma das atrizes que mais filmes tem feito no cinema brasileiro contemporâneo. E não é só a quantidade que é relevante, mas o número expressivo de prêmios conquistados comprova a qualidade do trabalho que realiza. Além disso, ela se posiciona de maneira clara quanto à sua militância cultural no cinema. É, finalmente, é uma mulher culta, sem dúvida”, ressaltou o presidente da Associação Brasileira de Documentaristas e Curtametragistas no Pará, Januário Guedes.
Para ele, só quem não acompanhou antes a sua trajetória no cinema pode se surpreender com a relevância da carreira de Dira, agora realçada pela televisão. “O sucesso dessa carreira na televisão é uma conseqüência quase natural, tendo em vista o caminho percorrido no cinema com seu talento. Lembro de uma resposta sua para uma jovem em Abaetetuba, sua terra, há uns três anos, durante um debate do circuito de cinema do qual ela é co-realizadora, quando foi perguntada sobre como era trabalhar em uma grande emissora de TV. Ela disse, em suma, que nunca teve como meta principal de sua carreira trabalhar na TV, mas que o fazia agora certa de que isto, sem dúvida, traria um relevo muito maior para o seu trabalho do ponto de vista de reconhecimento pelo público”, contou.
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