terça-feira, 20 de setembro de 2011

A lenda da Ilha da Pacoca



José Cardoso, navegador como todos nós que o barro de Abaetetuba procriou, amigo dileto do Orkut, arremessou um indignada e justa reclamação contra os gerentes de ontem e de agora de nosso arraial. É que nunca tinha lido em qualquer lugar a "Lenda da Ilha da Pacoca" nosso maior patrimônio fabulesco. Essa história permanece viva pela transmissão oral de nosso povo. Só por isso. Faltava zelo aos governantes para mandar imprimir um texto com esse patrimônio cultural abaetetubense.

Retruquei essa afirmação de José Cardoso dizendo que na Escola "Álvaro Guião" em São Carlos, São Paulo, onde concluí o 2º Grau, possui uma biblioteca muito boa, onde existia um exemplar da obra "Lendas Amazônicas" onde estava narrada a Lenda da Pacoca, embora ignorando nosso município. Foi, entretanto a única ocasião que li tal lenda. Aliás, só vil esse livro uma vez. Voltei a procurá-lo e não mais encontrei.

José Cardoso, Oficial da Marinha Mercante como dois irmãos meus e vários outros amigos, disse que não tinha conhecimento que algum filho da terra tivesse a hombridade de passar para o texto aquela história.

Ficamos por aí.

Passados alguns dias, dei-me conta que ele tinha razão e que tinha lançado aquele desafio para mim. Mandei uma mensagem aceitando o desafio mas propondo que ele ajudasse a completar a história, pois eu tinha lembrança do essencial, mas não tinha certeza quanto ao todo. Infelizmente não obtive resposta.

Tentei quietar, mas não consegui. O desafio merecia ser respondido à altura. Inclusive pela preservação do patrimônio de nosso povo.

Assim, escrevi a lenda.

A LENDA DA ILHA DA PACOCA

Demóstenes, no auge de sua juventude, sentiu ardor no peito. Não, não era doença braba, mas um não-sei-o-quê, um não-tem-lugar, uma apertação no corpo, uma friagem quente que nem ele, com seu sentir, podia explicar o que era. Tinha aparecido no arraial de N. Sra. da Conceição quando viu aquela mocinha, tão bonita como as girandas de brinquedos. Era a Sebastiana, filha mais nova do Velho Bruno, tecedor de matapi lá do Furo-Grande.

O doente de não-sabe-o-quê, filho único de navegadores dos rios e do mar, estava só no mundo desde a adolescência, quando o pai não respeitou a tradição de presentear os negrinhos-da-pororoca com a destilada cana de Abaeté, perecendo entre ondas e remansos do encontro de águas doces e salgadas.

Homem de habilidades, Demóstenes dominava a ciência de se conduzir pelas águas, salgadas ou doces, calmas ou revoltas, no claro ou no escuro, de qualquer forma. Se tivesse apenas uma enxó construía qualquer embarcação, dependendo da madeira e do tempo. A matemática dos mastros e dos cascos lhe pertencia. A mecânica dos astros, o cheiro e a direção dos ventos, e as marés, era tudo o que precisava para navegar em qualquer água. Cortava o pano com o cálculo da experiência , encerava-o com resina de plantas ou de peixes, organizando qualquer velame.

Não tinha paragem. Hoje aqui, amanhã outro porto.

Mas jurou ficar ponte pelo amor da linda Sebastiana.

Tanto cantou, tanto cercou, tanto falou e ouviu, que Sebastiana também sentiu ardor no peito , o não-sei-o-quê , a apertação, o não-tem-lugar, as friagens, ou seja, apaixonou-se pelo navegador Demóstenes.

Pediu a moça em casamento e levou, não só a benção de seus pais, mas uma terra para se quietar: um lindo paraíso de várzeas, igapós e terra-firme, chamada de Ilha da Pacoca porque lá moravam muitas pacas.

Demóstenes e Sebastiana fixaram residência e domicilio e se amavam mais e mais conforme o passar do tempo. Até que uma noite a esposa cai doente: febre, tremedeira, diarréia, vômitos e desmaios. Era necessário buscar auxílio na vila imediatamente. Mas a noite era de temporal e de águas agitadas.

O mestre navegante observou o tempo e viu que era praticamente impossível vencer as ondas, correntezas e remansos, com apenas uma montaria que possuíam na Ilha, pois, desde que casou, não mais possuía outra embarcação para não ser tentado a voltar a navegar como antes.

Mas era o tempo ou a morte de seu amor. Resolveu enfrentar a natureza. Mas quando buscou sua montaria, percebeu que o temporal foi mais esperto e levou a embarcação em suas brabezas.

O desespero tomou conta do corpo e da alma daquele caboclo. Não tendo alternativas, pegou sua amada mulher nos braços e jogou-se no rio para levá-la a nado até onde pudessem salvá-la. Entretanto, o rio o devolvia para a margem com fúria e força. Após várias tentativas, e vendo seu amor suspirando de morte, Demóstenes começou a gritar clamando pelos encantados da floresta e dos rios. Pedia clemência pela vida de sua paixão. Não obtendo resposta, correu para casa e pegou todos os panos que lá tinham e os estendeu sobre as árvores, amarrando-os pelas bordas e pontas, formando um velame. Agarrou o remo que sobrou da sua montaria e, na beira do rio, mergulhava-o na água com o movimento de quem rema.

Tentava, com o velame de seus panos e com as remadas de seus braços, transformar a Ilha da Pacoca em embarcação, navegando na noite de temporal para salvar sue esposa. Demóstenes gritava por todos e por tudo e, de repente, sentiu que a ilha se mexia e navegava. Alegre, foi abraçar sua esposa desfalecida quando teve o assombro de não mais sentir sua respiração e seu calor: Sebastiana não suportou e faleceu.



Num impulso indescritível, Demóstenes levantou o corpo de Sebastiana aos céus gritando com a voz de cem trovões quando aconteceu um encantamento: a Ilha da Pacoca se iluminou toda, com as luzes de centenas de faróis e luas; os panos feitos velas se inflaram, e a Ilha da Pacoca começou a navegar velozmente sobre as furiosas águas do temporal.

Assim, até hoje, quando se tem um temporal feio na região do Rio Maratauíra, nas proximidades de Abaetetuba, uma grande embarcação, toda iluminada, com velas e velas, surge singrando as águas do rio e lá se vê, em sua proa, um homem com uma mão no cordame e, em outro braço, um corpo de mulher. É a Ilha da Pacoca, encantada, com Demóstenes levando Sebastiana para tentar salvá-la.


Clóvis Figueiredo Cardoso

Presos bandidos que realizavam sequestros

A cidade de Abaetetuba, no Baixo Tocantins, entrou para o triste rol das cidades que sofrem com os casos de sequestro com reféns, quando o taxista José Rildo Guimarães Dias apanhou um casal na entrada do bairro de São Sebastião.

O que era pra ser apenas mais uma corrida, pra garantir o sustento da família, acabou se tornando um pesadelo para o profissional do volante. Logo ao entrar no táxi, o casal anunciou o assalto e mandou José Rildo seguir mais à frente, onde mais uma dupla de assaltantes o aguardava.

O taxista foi então vendado e colocado no banco de trás do veículo, tendo um dos ladrões assumido o volante, seguindo então até o bairro da Angélica, onde entraram em uma casa, fazendo ainda mais duas crianças, de 12 e 16 anos, reféns.

Um mototaxista que passava na ocasião estranhou a movimentação e decidiu passar as informações para os policiais da cidade. O tenente Samaronny, oficial interativo da área, se deslocou até o local, organizando o cerco policial e deu início às negociações. O oficial acionou uma guarnição do Grupamento Tático Operacional do CPR-IX e mais a guarnição da 27ª Zona de Policiamento, sob o comando do sargento Lobo, e ainda uma guarnição do Corpo de Bombeiros para dar suporte à operação.

Os assaltantes de dentro da residência começaram a fazer as exigências de praxe: pediram coletes à prova de balas, a presença da imprensa e de um advogado, para resguardar a integridade física dos mesmos, sendo atendidos aos poucos.


NEGOCIAÇÃO

A negociação se deu tranquilamente, apesar do nervosismo dos acusados, que ameaçavam os reféns a todo instante, mas graças ao bom senso e discernimento do tenente Samaronny, tudo correu bem até a rendição dos acusados e entrega das armas.

Os acusados libertaram primeiramente as crianças, e finalmente o taxista, sendo levados à delegacia para os procedimentos de praxe. Na delegacia, os acusados foram identificados como: Adriano Correa Bergue, Antonio Castilho dos Santos, Cristiely Ferreira de Sousa e Rafael Correa da Costa, que a princípio se identificou como Wellington de Souza Martins, para encobrir sua verdadeira identidade.

Após uma breve busca no sistema da Polícia Civil se descobriu que Rafael era foragido do Presídio Estadual Metropolitano I, em Marituba, onde respondia por homicídio e tentativa de homicídio, além de ostentar nas costas, uma grande tatuagem de um palhaço com uma arma de fogo, o que na gíria policial, indica que o acusado seja assassino de policiais, fato que ainda está sendo levantado junto aos órgãos de Segurança Pública.

Os acusados foram indiciados por roubo qualificado, extorsão mediante sequestro, cárcere privado, porte ilegal de arma de fogo e ainda formação de quadrilha ou bando, pelo delegado Delcio, da Superintendência Regional do Baixo Tocantins, e ficaram à disposição da Justiça, aguardando transferência para uma das unidades da Susipe no Estado.

Participaram da Operação o tenente Samaronny, sargentos Sarges, Lobo, cabos Mauro, Tamilton, Lameira e soldado Alexandre e mais três policiais do GTO de Abaetetuba: cabos Idel e D. Silva e soldado Barreto.

“Na verdade, essa modalidade criminosa vem se expandindo para o interior do Estado, devido à eficácia dos órgãos policiais da capital. Mas aqui em Abaetetuba, nossa tropa está bem preparada para dar combate a esses delinquentes que tentam tirar o sossego e aterrorizam a população de bem em nosso município. Foi muito louvável a atuação de cada um dos policiais nesta ação de hoje”, finalizou o major Silva Junior.


(Diário do Pará)

http://www.diarioonline.com.br/noticia-167010-presos-bandidos-que-realizavam-sequestros.html

Pará integra rota internacional de contrando, diz PF


Mercadorias contrabandeadas da Ásia entram no Brasil pelos rios do Norte do país, segundo as investigações da Polícia Federal. Adolescentes e pescadores do Pará trabalham para criminosos.

O centro de Belém é um dos maiores pontos de venda de produtos piratas do Norte do país. É possível encontrar roupas, calçados, brinquedos, CDs e DVDs falsificados.

De acordo com a polícia, a rota usada pelos contrabandistas começa na Ásia, onde as mercadorias são embarcadas em navios para o Suriname. De lá, os produtos são colocados em barcos menores e levados para o Pará. A geografia na Região Amazônica favorece a ação das quadrilhas.

"A maior dificuldade é a extensa área a ser fiscalizada. Há um grande número de rios e canais e as embarcações que saem do Suriname têm facilidade para se esconder", disse o superintendente adjunto da Receita Federal, Ocenir Sanches.

Segundo a Receita Federal, Abaetetuba é um dos municípios que servem como porta de entrada de drogas, armas e produtos contrabandeados. Do Pará, parte das mercadorias é transportada em carretas para o Sul e Sudeste do país. O restante é vendido no mercado paraense.

Uma das quadrilhas presas neste ano era formada por 15 pessoas. Catorze eram de Abaetetuba, onde os contrabandistas usam até adolescentes para vender mercadorias em praça pública.

E, para dificultar ainda mais a fiscalização, as quadrilhas acabam recrutando pescadores para transportar os produtos. Um deles foi preso pela PF. Ele levava mercadorias no barco dele até um local indicado pelos criminosos.

Só no ano passado, a polícia e a Receita Federal apreenderam R$ 11 milhões em contrabando no Pará. Neste ano, já foram mais de R$ 12 milhões.

Cinco presos por roubo e estupro de vulnerável na cidade de Abaetetuba

Cinco prisões em flagrante foram realizadas em Abaetetuba, nordeste do Estado, nas últimas 48 horas. Quatro dos presos foram flagrados após fazer refém um motorista de táxi no bairro da Angélica, periferia da cidade. Em outro caso, o acusado foi preso por crime de estupro de vulnerável. Todos os presos permanecem recolhidos à disposição da Justiça. De acordo com o delegado Délcio Santos, superintendente regional do Baixo-Tocantins, região onde está situado o município, no primeiro caso, quatro pessoas – três homens e uma mulher – mantiveram um motorista de táxi refém na noite de quinta-feira. Por volta de 20h30, dois dos assaltantes – Alexandre Luís Corrêa Berg, conhecido por “Xandinho”, e Cristiely Ferreira de Souza – apanham o táxi em um ponto de taxistas em frente a um banco no centro da cidade.

Passando-se por um casal em que a mulher simulava estar chorando, a dupla pediu ao motorista para fazer uma corrida até a estrada conhecida por Ramal do Laranjal, periferia da cidade. Ao chegar a esse local, Alexandre sacou uma arma e anunciou o assalto. Depois, mando o motorista dar mancha a ré por cerca de dez metros até chegar ao local onde estavam os outros dois comparsas – Antônio Castilho dos Santos e Rafael Corrêa da Costa. Após os dois entrarem no carro, os bandidos roubaram o dinheiro da renda do táxi, cerca de 70 reais, vendaram os olhos da vítima, amarraram as mãos do motorista e passaram a trafegar no carro em direção ao bairro da Angélica. O bando seguiu no veículo até uma casa nesse bairro onde um dos bandidos – Antônio Castilho – conhecia a proprietária, porém a dona da casa não sabia do envolvimento dele no assalto. Conforme apurou o delegado, em depoimento, a dona da casa disse que conhecida há anos Antônio, no entanto, ele não aparecia no município há seis meses.

Na quinta-feira pela manhã, ele foi até a casa, dizendo que ia passar uns dias no local. Já no horário do almoço, ele deu uma saída da residência em rumo ignorado. Já à noite, por volta de 21h, Antônio regressou à casa já em companhia dos comparsas e do taxista. Ao vê-lo entrar em casa, a proprietária do imóvel, que estava na cozinha, passou a discutir com Antônio para tentar impedi-lo de entrar na casa, mas não conseguiu. Nesse intervalo, a Polícia Militar foi acionada sobre o assalto ao taxista e passou a seguir o veículo até encontrá-lo em frente à residência. Em poucos minutos, o local foi cercado, no entanto, os bandidos pegaram a vítima e a dona da casa como reféns. Durante as conversas entre policiais e criminosos, o bando solicitou coletes à prova de balas, a presença de um advogado e da imprensa no local para que se entregasse. Alexandre manteve a vítima sob a mira de arma de fogo, um revólver calibre 38. Após cerca de uma hora, os bandidos se renderam.

Alexandre e Rafael tentaram enganar o delegado Délcio Santos durante o depoimento, informando nomes falsos. O primeiro usou o nome de Adriano Corrêa Berg, irmão falecido do acusado, enquanto Rafael se identificou como Wellington Martins. A Polícia Civil apurou que Rafael da Costa é presidiário atualmente em liberdade provisória. Ele esteve preso no Complexo Penitenciário de Americano, em Santa Izabel do Pará, de onde saiu há poucos dias. Ele responde processo por envolvimento na morte de um policial militar, em Abaetetuba, há alguns anos, e também por roubos e tentativa de homicídio. Já Alexandre é foragido de Justiça do município de Cametá. Os presos foram autuados pelos crimes de roubo, formação de quadrilha e porte ilegal de arma de fogo. Para Alexandre e Rafael pesou ainda a autuação por falsidade ideológica, pelo fato de os dois terem mentido seus nomes.

ESTUPRO No outro caso, o acusado é José da Vera Cruz Silva, 47 anos, de apelido “Mateus”, preso por estupro de vulnerável. O flagrante se registrou no bairro Algodoal, em Abaetetuba. Segundo apurou o delegado Délcio Santos, ele reside nos altos de um ponto comercial de sua propriedade onde vende bombons. Ainda, conforme as apurações, ele usava os doces para atrair crianças para o local e abusava das vítimas no quatro do imóvel. Uma delas foi uma menina de 12 anos com quem teria mantido relações sexuais com a vítima. A criança foi enviada para exames periciais enquanto o acusado foi levado à Superintendência da Polícia Civil. O acusado nega os crimes. A denúncia foi feita pelos pais da garota.

De 4 em 4 anos!

Quase quatro anos depois de uma adolescente ser presa em uma cela com 30 homens que a estupraram por 26 dias, em Abaetetuba (PA), outro caso de barbárie pode ter se repetido no sistema penitenciário paraense. Uma menina de 14 anos teria passado cinco dias sendo abusada sexualmente e espancada por detentos da Colônia Agrícola Heleno Fragoso, unidade penal de regime semiaberto, em Santa Izabel do Pará, a 50km de Belém. Os relatos foram colhidos pelo conselho tutelar do município, depois que a Polícia Militar foi procurada pela garota, às margens da BR-316, no fim da madrugada de sábado. Em seguida, ela foi levada ao conselho de Belém e à Delegacia de Atendimento ao Adolescente (Data), onde prestou depoimento e submeteu-se a exames de lesão corporal e de conjunção carnal, cujos resultados devem sair em dois dias.

A menina, que fugiu de casa em julho e não tem contato com a mãe, foi levada para um abrigo. Segundo a conselheira Helennice Rocha, ela está muito abalada e relatou ter sido aliciada por uma mulher de 25 anos, na Praia do Outeiro, distrito de Belém, que se apresentou como Ana. A aliciadora teria intermediado o contato da jovem com um detento identificado como Faísca, na segunda-feira passada. A jovem contou que entrou, por conta própria, na unidade penal para encontrar Faísca com outras duas adolescentes, seguindo uma trilha no meio de um matagal. Chegando lá, as três teriam sido drogadas, alcoolizadas, espancadas e obrigadas a manter relações sexuais com vários detentos. Depois de cinco dias, a garota conseguiu fugir.

Segundo o conselheiro tutelar Benilson da Silva, que recebeu a menina em Belém, ela perdeu a conta de quantos homens a violentaram. Ele informa ainda que as relações foram mantidas sem preservativos e que hoje a garota deverá ser submetida a mais exames e que tomará vacinas contra doenças venéreas. “Elas iam para lá servir como prostitutas, não entendo como não há vigilância para impedir isso”, lamenta Helennice Rocha. Ela afirma que o conselho tutelar vai apresentar denúncia no Ministério Público hoje sobre o caso.

O delegado Fabiano Amazonas, da Data, afirma que as outras adolescentes não foram encontradas e que o caso está sendo investigado sob segredo de Justiça. Ariel de Castro Alves, vice-presidente da Comissão Nacional da Criança e do Adolescente da Ordem dos Advogados do Brasil, critica a falta de controle nas unidades penitenciárias. “É um caso abominável. Uma adolescente de 14 anos não poderia ter sido autorizada a entrar e é mais grave ainda que tenha entrado escondida, porque mostra que o local não tem o mínimo de vigilância e controle.” Ele acredita tratar-se de um caso de exploração sexual, hipótese levantada também pelos conselheiros tutelares.

Superintendente do Sistema Penitenciário do Pará, o major Francisco Bernardes disse que haverá um reforço na segurança do Complexo Penal de Americano que abriga, além da colônia, mais cinco unidades penais abertas. Vinte homens são responsáveis pela vigilância dos 341 detentos da Colônia Agrícola, que tem 120 hectares. “É difícil manter uma fiscalização muito efetiva por conta da dimensão”, diz o major. Ontem, o governador do Pará, Simão Jatene (PSDB), exonerou o diretor da instituição penal, Andrés de Albuquerque Nunes, e outros funcionários por negligência. Jatene pediu um estudo para construir um muro de contenção ao redor da área.

Foto: Tarso Sarraf/O Liberal

Fonte: Júnia Gama /Correio Braziliense

Abaetetuba ganha Centro Educacional Agroambiental

Na manhã deste sábado (26), aconteceu a cerimônia de inauguração do Centro Educacional Agroambiental de Abaetetuba, que contou com a presença do chefe da Casa Civil, Zenaldo Coutinho. O local tem capacidade para produzir até 185 mil mudas de fruteiras tropicais e essências florestais que serão distribuídas aos pequenos produtores rurais no período do inverno, para formação de pomares frutíferos domésticos e sistemas agrícolas.

No espaço, serão disponibilizadas mudas de açaí de terra firme e várzea, banana, cupuaçu, cacau, acerola, bacaba, abiu, ingá, biriba, jenipapo, castanha do Pará, taperebá, maracujá, mamão, mogno, cedro, visgueiro, paricá, palmeirinha, pau roxo, ipê, jatobá, macacaúba e andiroba.

O Centro Educacional Agroambiental de Abaetetuba foi criado através de um convênio entre a Prefeitura Municipal de Abaetetuba, a Secretaria Municipal de Agricultura e a Sociedade de Preservação dos Recursos Naturais e Culturais da Amazônia (Sopren), presidida pelo médico e ambientalista Camilo Viana, que teve seu trabalho destacado por Zenaldo Coutinho. "A história da humanidade é sempre marcada por pessoas comuns, que são as pessoas que tratam de múltiplos assuntos na vida, como muitos de nós, e por pessoas revolucionárias, que dedicam as suas vidas a uma causa. A nossa Amazônia é respeitada e cobiçada pelo mundo inteiro. Mas, aqui dentro do nosso território, e eu vou me reportar ao Estado do Pará, com sete milhões e meio de habitantes, poucos são os paraenses que dedicam a sua vida à causa da região. Mas nós temos hoje, aqui nessa mesa, uma pessoa que não pode nenhum paraense, e não poderá a história desse Estado, omitir a dedicada, persistente, inteligente e obsessiva luta em favor da Amazônia, que é o nosso professor Camilo Viana. Ele é uma dessas pessoas especiais que eu lembrava ao falar da história da humanidade, um revolucionário", declarou.

Ele ainda elogiou a iniciativa do titular da Secretaria Municipal de Agricultura (Semagri) por ter possibilitado a implantação de um projeto como o que foi inaugurado neste sábado. "Nós conseguimos encontrar aqui em abaeté um secretário municipal de agricultura que resolve dedicar parte do seu trabalho à preservação. Por que pensar em essências florestais? Por que pensar em reflorestamento? Por que pensar nas frutas da Amazônia? O resultado não vai ser visto em um ano ou seis meses, como em muitas produções tradicionais, onde é ligeiro. Produzir as nossas riquezas demanda tempo. Mas é exatamente aí que existe, eu diria, a riqueza deste momento. Aqui, dentro da Amazônia, no município de Abaetetuba, nós estamos fazendo um momento expressivo para a história do Pará e do Brasil. Nós precisamos multiplicar o bom exemplo da produção com respeito à natureza", declarou.

O chefe da Casa Civil defendeu também a importância de agregar valor ao que está sendo produzido. "Nós temos que ter indústrias. A gente tem que ter esse trabalho de beneficiamento aqui, na área da produção", frisou. Zenaldo destacou ainda o momento difícil que o Estado tem enfrentado. Mas observou que o governador Simão Jatene está empenhado em solucionar os problemas para poder aumentar os investimentos. "Além de quebrados, nós estamos com dívidas a curtíssimo prazo vencendo. Só no primeiro mês, em janeiro, já tinha um resultado negativo, entre o que o Estado arrecadou e o que ia gastar, de R$ 78 milhões. O governador mandou fazer uma economia de guerra e conseguimos terminar o mês com débito de R$ 50 milhões. Não é simples a situação. Mas, graças a Deus, o governador Simão Jatene é um economista. É um homem que conhece muito a máquina administrativa do Estado, e montou uma equipe que está caçando dinheiro para entrar e não deixar sair. Fazendo economia naquilo que é possível, sem prejudicar saúde, educação e segurança. E, se Deus quiser, já no verão, vamos ter o início forte de parcerias com o município de Abaetetuba", declarou.

DEDICAÇÃO

Sérgio Maués, titular da Secretaria Municipal de Agricultura de Abaetetuba, conta que o Centro Educacional Agroambiental exigiu um ano e meio de trabalho para ser inaugurado. "É importante ressaltar que além da Prefeitura, contamos ainda com o apoio da Sagri (Secretaria de Estado de Agricultura), com a produção de mudas", disse. O Centro conta com dois viveiros - denominados Camillo Viana e Francisco Maués Carvalho - com capacidade para produzir até 185 mil mudas. Segundo Sérgio, elas serão distribuídas aos agricultores e ribeirinhos da Região que se mostrarem interessados.

Para Camilo Viana, a inauguração do Centro é o exemplo de que é possível fazer alguma coisa em favor da região. "A defesa da Amazônia não depende de muita gente. Depende de cada um de nós. O Brasil pertencer a nós e temos que lutar por ele", enfatizou.

O deputado estadual José Megale também esteve presente na inauguração. "Quantos viveiros foram implantados nos últimos anos nessa região? Inúmeros. Mas quantos ainda existem? Só uns dois ou três. O Estado tem que apoiar, mas é preciso que tenha dedicação do município para garantir esse viveiro. Temos que incentivar o processo educacional, senão o Centro não se completa. Como o Camilo falou, cada um tem que fazer a sua parte", disse.

A prefeita de Abaetetuba, Francineti Maria Rodrigues Carvalho, acredita que a entrega de um Centro Educacional Agroambiental representa a demonstração de que a Prefeitura acredita que é possível construir um Pará ou um país melhor. "Nós acreditamos no trabalho do governador Simão Jatene. Estamos construindo um novo Pará, que entende o desenvolvimento voltado para as pessoas. Que nesse espaço sejam plantadas muitas sementes, mas também sementes de vidas, de consciência ecológica também", concluiu.

Fonte: Governo do Pará

http://www.jornalbrasil.com.br/interna.php?autonum=22623