Escrito por Milton Alves
Qua, 05 de Maio de 2010 12:53
SANTOS (São Paulo ) - Giovanni acordou num sobressalto. Era madrugada de sábado, mas, naquela noite, ele dormira mal. Grogue pela hora precoce, foi ao banheiro. Lá, ouviu uma voz "audível", segundo ele: "Lucas, 14:17". Não acreditou no que ouvira. A voz, então, repetiu: "Lucas, 14:17". Ressabiado, porém religioso - é evangélico -, procurou a passagem na Bíblia mais próxima. Ficou surpreso: "E à hora da ceia mandou o seu servo dizer aos convidados: Vinde, que tudo já está preparado." Um arrepio percorreu-lhe o corpo. Ele deveria voltar. Era chegada a hora de ser campeão pelo Santos, pensou.
Aquele sábado, no entanto, não era um qualquer. Era 5 de dezembro de 2009. A cerca de três mil quilômetros, os sócios do Santos votariam na eleição presidencial. Tratava-se do início das mudanças de comando dentro do clube praiano, após quase dez anos sob a gestão de Marcelo Teixeira.
"Deus, quando fala, não mente. Seremos campeões, é a profecia de Deus", disse.
Dispensado no início de 2006, nem o mais fanático santista, ou até mesmo uma de suas "testemunhas", cogitaria o retorno do antigo ídolo. Mas, como um messias, ele voltou... Ressuscitou. Era a hora de cumprir a profecia, anunciada para os adoradores dele no dia da apresentação oficial, realizada em 13 de janeiro de 2010.
"Vocês, torcedores, podem ter certeza de que meu fim de carreira aqui no Santos será com um título", disse, à época, o ídolo.
Hoje, a mensagem profética é carregada por Giovanni no celular para todos os lugares.
Simples, o camisa 10 chegou para a entrevista como um mero mortal, não como o messias perto de fazer história pelo clube.
Pouco antes de descartá-lo, em 2006, Luxemburgo questionou: "Como pode ser ídolo sem ter nenhum título?" Giovanni jamais respondeu. Mas a profecia se cumpriu contrariando Luxemburgo, Santos é campeão e Giovanni conquistou um título!
Giovanni Silva de Oliveira, conhecido simplesmente como Giovanni, nasceu em Abaetetuba, Pará, em 4 de fevereiro de 1972.