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No próximo mês de maio, o paraense Rafael Carmo da Costa, aluno da Escola Estadual Professora Benvinda de Araújo Pontes, localizada no município de Abaetetuba, nordeste do Pará, vai mudar sua rotina graças ao interesse pela pesquisa científica. Ele seguirá para Los Angeles, na Califórnia (EUA), onde participará da maior feira de ciências do planeta, a Intel Isef (International Science and Engineering Fair), que chega a sua 62ª edição.
A participação de Rafael Carmo da Costa no evento internacional foi garantida com a apresentação do trabalho "Pesquisando a Ação Larvicida do Melão de São Caetano", que conquistou o primeiro lugar na Feira Brasileira de Ciência e Engenharia (Febrace), na categoria de Ciências da Saúde.De 8 a 13 de maio, ele integrará a delegação da Febrace, que será formada por 15 estudantes e nove professores igualmente premiados, representando os Estados do Amazonas, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa no Pará (Fapespa), por meio do Programa de Iniciação Científica Pibic Jr., o projeto "Pesquisando a Ação Larvicida do Melão de São Caetano" ficou ainda em segundo lugar, na categoria Inovação.
O projeto tem orientação da professora Maria Gorete da Paz, do Clube de Ciências de Abaetetuba, um dos municípios polos do Pibic Jr. no Pará, onde atualmente há 150 bolsistas do projeto, todos alunos de escolas públicas, desenvolvendo trabalhos de iniciação científica sob orientação dos professores vinculados ao Clube de Ciências de Abaetetuba.
Rafael é membro do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Educação Matemática e Científica e do Clube de Ciências de Abaetetuba, instituições que também respondem pelo projeto.Combate à dengue - O melão de São Caetano prolifera com rapidez em ruas e quintais de Abaetetuba, como erva daninha. Antes da pesquisa de Rafael, só era utilizado na produção de chás. O pesquisador observou que a planta poderia ser um larvicida contra o mosquito transmissor da dengue, já que é eficaz contra piolhos.
Ele resolveu testar nas larvas do em. A pesquisa confirmou as diversas propriedades terapêuticas atribuídas à planta. Rafael iniciou a avaliação também das sementes e usou o extrato líquido e seco da folha fresca, o pó da folha desidratada, a semente e o bagaço resultante da extração do sumo da casca e das flores."Confirmamos a ação larvicida da planta, além de sua eficiência quando utilizada na forma de pastilhas, produzidas a partir das folhas frescas, em aparelhos elétricos. No entanto, a continuação da pesquisa é necessária para que se possa isolar e identificar as substâncias bioativas", explicou Rafael.
Febrace A 9ª Febrace aconteceu de 22 a 24 de março, e recebeu mais de 300 projetos finalistas de todo o Brasil, selecionados entre os 1.480 inscritos. Os finalistas, entre os quais seis paraenses, foram contemplados após avaliação de profissionais de mercado e pesquisadores mestres e doutores da Universidade de São Paulo (USP) e universidades parceiras, totalizando 280 avaliadores voluntários.Os seis projetos de Abaetetuba, os únicos representantes do Pará no evento, foram inscritos pelos professores Gilberto Luís Sousa da Silva, Maria Gorete Paz, Clelivaldo Santos da Silva, Benedita Antonia, Rodrigues Vieira e Fátima Vasconcelos.
Além do projeto de Rafael Costa, se destacou na Febrace o projeto "Matapi Ecológico - Uma Solução para a Captura e Comercialização do Camarão no rio Tauerá de Beja, no Município de Abaetetuba-PA", da aluna Regiane Araújo da Silva, com orientação do professor Gilberto Luís.Mostra - O projeto ganhou o primeiro lugar na categoria de Ciências Agrárias e participará da Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec), que acontecerá em outubro, no Rio Grande do Sul, e o segundo lugar em Relevância Social.
"Tivemos apoio de alguns empresários, das Secretarias de Educação Municipal de Abaetetuba e Igarapé- Miri, Seduc (Secretaria de Estado de Educação) e Fapespa, a qual faz um trabalho fundamental na vida de alunos e professores, pois com o programa Pibic-Jr muitos contemplados têm suas vidas mudadas, de uma forma positiva", afirmou o professor Gilberto Luís.
Segundo ele, a iniciação científica é uma das ferramentas mais importantes para o aumento da qualidade de vida e o desenvolvimento social do país. "Quem ganha também com isso é a família, que se orgulha de ver o filho progredindo. Oportunidades como essas têm que ser dadas a mais jovem e professores. Com isso podemos mudar o rumo da sociedade, buscando o engajamento de jovens nos estudos e na pesquisa", concluiu.Também foram premiados na Febrace os projetos "Forno Solar: uma proposta para desinfecção de águas ribeirinhas" e "Abaetetuba, a outrora Terra da Cachaça".
A participação de Rafael Carmo da Costa no evento internacional foi garantida com a apresentação do trabalho "Pesquisando a Ação Larvicida do Melão de São Caetano", que conquistou o primeiro lugar na Feira Brasileira de Ciência e Engenharia (Febrace), na categoria de Ciências da Saúde.
Na foto, estudantes paraenses que participaram da 9a edição da Feira Brasileira de Ciência e Engenharia (Febrace).