segunda-feira, 27 de julho de 2009

CHAGAS: POLO DO AÇAÍ, ABAETETUBA MERECE ATENÇÃO

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Belém não é o primeiro local mapeado pela ação da Sespa contra o Mal de Chagas. O levantamento, iniciado pelo município de Abaetetuba, começou ainda no ano passado e durou um ano. Apesar de Belém ter os maiores índices da doença, Abaetetuba foi escolhido porque também se apresenta como uma área de risco, além de ter recebido incentivos para a plantação de açaí, o que não aconteceu com Belém. O recebimento de incentivos é um dos critérios para a escolha. “A capital é uma das metas mais importantes dos 86 municípios a serem mapeados pela ação. O próximo local será o Oeste ou o Sul do Estado”, disse Góes.
A ação é dividida em várias etapas: a captura do barbeiro, colocação de armadilhas para captura de possíveis transmissores, georreferenciamento e a vigilância sanitária, em especial, com os batedores de açaí. Um teste de aceitabilidade também está sendo realizado para confirmar que não há mudança no sabor do líquido, após a manipulação correta do alimento, feita através do ‘branqueamento’. Essa técnica livra o produto da contaminação com o barbeiro e nada tem a ver com alteração da cor do produto final.Porém, segundo Elenilde, não é só o açaí que oferece riscos para a transmissão da doença de Chagas. Em Belém, já foram identificados casos envolvendo a bacaba e, em Santa Izabel, com o camarão salgado. “Na verdade, qualquer alimento que não seja manipulado corretamente oferece grandes riscos”, disse ela.
Pensando na melhoria da manipulação do açaí, um dos alimentos mais consumidos pelos paraenses, a Sespa vai treinar os batedores com palestras e demonstrações para deixar o alimento livre da contaminação do mosquito. Uma palestra com o promotor Marco Aurélio Nascimento, do Direito do Consumidor, também faz parte da programação de três dias com os batedores.
Para Marivaldo Ferreira, batedor de açaí há 22 anos, a ideia calha perfeitamente com a ação para combater a doença, mas é preciso que atinja um maior número de trabalhadores do setor. “Apenas 200 batedores participam da campanha educativa quando temos cerca de 4 mil trabalhando. É preciso aumentar esse número”, diz ele.
Marivaldo concorda que é boa a iniciativa, mas segundo ele, é preciso uma vigilância constante não só com o açaí, mas com todos os outros alimentos que oferecem risco para a saúde da população. “Falta esclarecimento, tem gente que não cuida porque até hoje não sabe como fazer. Se essa questão for colocada de forma errada, as pessoas ficam com medo de comprar açaí e nossas vendas caem”, alerta. (Diário do Pará)

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