PARTICIPAÇÃO
A primeira vez que a adolescente foi autuada em flagrante foi no plantão do delegado Rodolfo. Segundo Ione Coelho, a adolescente mentiu a idade. Os dados da moça ficaram registrados no sistema da polícia. Na segunda apresentação da adolescente na unidade policial, o delegado Celso fez mais uma autuação. Já na terceira visita, a delegada Daniele Bentes abriu inquérito policial e liberou a moça. Flávia Verônica foi a última delegada a autuar a adolescente. Foi quando a situação veio a público.
“Eles pagaram por um problema que é do Estado. A delegada Flávia autuou a moça e mandou para o sistema penal. O problema iniciou quando a adolescente foi apresentada pela primeira vez na delegacia e não falou a idade verdadeira, por isso nas demais apresentações ela já estava registrada com maioridade”, alega a vice-presidente da Adepol.
CASO ABAETETUBA
Em 2007, uma menina de 15 anos foi presa e mantida durante 26 dias numa cela com 30 homens na Delegacia de Abaetetuba, nordeste do Pará, onde foi torturada, violentada sexualmente e ameaçada de morte. Ela foi presa em outubro de 2007, por suspeita de roubo. Não tinha documentos e foi identificada como maior de idade.Exames posteriores comprovaram a idade da adolescente.
Após a denúncia da prisão irregular, a menina foi retirada da delegacia e ficou sumida por três dias, mas os policiais alegaram, na época, que ela teria fugido. Ao tomar conhecimento da situação, o Ministério Público abriu investigação e, em junho de 2008, ofereceu denúncia contra 12 pessoas, entre agentes carcerários e policiais civis.A juíza de Abaetetuba à época, Clarice Maria de Andrade, foi aposentada compulsoriamente, em 20 de abril deste ano, pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça), por omissão no caso. Pairou sobre ela também a suspeita de ter falsificado documento enviado à Corregedoria do Tribunal de Justiça do Pará com explicações sobre o caso.A garota e a família foram incluídos no programa estadual de proteção de testemunhas. A cadeia de Abatetuba foi demolida e outra nova foi construída.O caso ganhou repercussão nacional e gerou crise no governo estadual, piorada com as declarações do então delegado-geral de Polícia Civil, Raimundo Benassuly, que afirmou que a menina devia ter alguma debilidade mental por não ter revelado ser menor e foi exonerado por isso, mas voltou ao cargo em janeiro de 2009.FONTE: Diário do Pará.
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