Quem chega a Abaetetuba, município a 56km de Belém (PA), logo vê, no porto da cidade, uma movimentação intensa de barcos, homens, algumas mulheres e paneiros lotados de açaí. Pela manhã, as voadeiras (pequenos barcos rápidos) e as embarcações maiores descarregam os frutos que serão consumidos pelas casas de comércio locais. À tarde, é a vez das empresas maiores chegarem com seus caminhões para retirar o açaí que é beneficiado e vai, normalmente em forma de polpa, para o restante do país e mesmo para o exterior.
Tem sido assim desde meados da década de 1990, quando a produção de cana-de-açúcar entrou em colapso e o fruto do açaizal começou a ganhar mais destaque do que a exploração do palmito. A mudança econômica foi positiva, já que as queimadas para a plantação de cana não eram mais necessárias e nem mesmo a derrubada dos açaizeiros nativos. Com a colheita do açaí, a mata pode ser preservada.
No final dos anos 90, o mercado de açaí tomou proporções muito maiores, transformando-se na principal fonte de renda para a maior parte da população. Nesse momento, alguns agricultores que já se organizavam por meio de uma associação, sem caráter comercial, sentiram a necessidade de formar uma cooperativa que pudesse garantir preço justo para seus produtos. Era também uma maneira de evitar a dependência de atravessadores, comerciantes informais que compravam o açaí das comunidades fornecedoras por um preço muito baixo para revendê-lo, sem ter qualquer comprometimento com os agricultores.
Em 2002, nascia a Cofruta (Cooperativa de Fruticultores de Abaetetuba), que possui, hoje, 140 cooperados, sendo 98 homens e 42 mulheres.
Clique para assistir a reportagem: http://vimeo.com/20714199
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